A MORTE DE HÖLDERLIN

Quando de vez surgiu a negra manhã
Egressa da boêmia noite virgem
O vate contemplava um amanhã
O eterno perecer de uma viagem
Triste manhã outonal e temporã
Vestida de solébano visagem
Nela ornava-se a morte com o afã
De o velho bardo amar sua tezimagem
À dança convidava-o a velha sorte
Dele queria o seu beijo nobre e forte
Mas o poeta não queria dar pernas 
Com a meretriz que o aguardava 
Como quem está frente a frente ao pó 
E que não mais aspira à vida eterna.

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