ENTREVISTA COM O JORNALISTA, POETA, ESCRITOR E EDITOR LINALDO GUEDES




1 - Fale de você: onde nasceu? Qual formação? Onde vive? O que faz?

- Nasci em Cajazeiras, Alto Sertão da Paraíba, na divisa com o Cariri cearense. Saí em 1979 para João Pessoa, onde vivi até 2017, retornando a Cajazeiras, onde vivo atualmente. Sou jornalista, poeta e editor. Aqui em Cajazeiras, criei, em parceria com o poeta Lenilson Oliveira, a Arribaçã, editora com mais de 50 títulos publicados em três anos de atividades.


2 - Quais são os seus escritores preferidos? Por quê?

- Comecei a gostar de ler através dos poetas, depois romancistas, depois teoria literária. Na poesia, meus preferidos são Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Augusto de Campos, Augusto dos Anjos, Walt Withman, Federico Garcia Lorca, entre outros. Na ficção, Garcia Marquez, Saramago, Machado de Assis, Jorge Amado, José Lins do Rego, Jane Austen, Graciliano Ramos e muitos contemporâneos. Na teoria, Ezra Pound, Octávio Paz, José Guilherme Merquior... Todos esses, e muitos outros mais, são meus companheiros na vida desde que aprendi a ler. Também gosto muito de ler filosofia, história e sobre religiões.


3 - Como é o seu cotidiano?

- Acordo cedo, geralmentre entre 4 e 5 da manhã. Medito um pouco, leio um pouco da Bíblia ou do dharma budista e começo a trabalhar. Atualizo minhas redes sociais, vou adiantar algumas pendências da editora enquanto espero o café. Por volta das 7 da manhã saio de casa para a editora. À noite, se estiver em casa, durmo cedo, por volta das nove da noite. Antes, gosto de assistir algo leve na tv: um jogo, um documentário, um filme, um desenho...


4 - Quantos livros publicou?

- Individuais, publiquei 11 livros, sendo 4 de poesia. Organizei outros e publiquei textos e poemas em mais de 50 livros de outros autores e autoras.


5 - Quais foram as suas alegrias literárias?

- Fazer poesia já é minha maior alegria. Ler e conhecer autores e autoras, outra. Publicar é consequência dessas duas alegrias, por isso é tão prazeroso também.


6- Quais foram as suas frustrações literárias?

- Não tenho. Tudo que sonhei, realizei. Sou um homem de poucas ambições literárias, a não ser a de fazer poemas.


7 - Qual é o seu objetivo na literatura?

- Deixar uma obra poética para os que ficam. Tenho 4 livros nessa seara, pretendo publicar mais dois e parar. Tenho um livro, que pretendo que seja o último, que sei que vai mexer muito comigo, quando começar a escrever. E que devo passar mais de dez, a vinte anos escrevendo. 


8 - Você julga a escrita superior à oralidade? Por quê?

- Em arte, para mim, não existe isso de superior ou inferior. Fui criado ouvindo os cantadores de viola, os repentistas, mas minha paixão é mais pela leitura mesmo, talvez por conta da minha timidez. Ambas as artes, escrita e oral, são superiores quando artes de verdade.


9 - Como você se organiza para escrever?

- Sou meio caótico. Mas sobre meus livros de poesia: geralmente, determino um tema para o livro e saio escrevendo poemas em torno desse tema. Às vezes, um verso me vem na rua, escrevo num papel qualquer ou anoto no celular e depois tento construir um poema em casa. Nem sempre consigo. Mas a sensação de chegada de um poema dentro da gente é única, mesmo quando o poema não se realiza enquanto literatura.


10 - Você quer ser reconhecido? Por quê?

- Pra quê?


11 - O que é um poeta ou um escritor?

- Alguém que busca construir mundos com palavras e nem sempre com gestos ou atitudes.


12 – Todo escritor é vaidoso?

- Sim. Se mostra o que escreve, é por vaidade; se não mostra, é por vaidade também – já disseram. Mas a vaidade é fundamental para quem escreve, desde que ela não venha atrelada a atitudes desonestas.


13 - Como você lida com o fracasso?

- Só fracassa quem busca o sucesso. Eu não busco. Busco escrever minhas coisas e ter paz de espírito. Sei que tenho uma ou duas dezenas de leitores e esses me são mais caros do que se tivesse milhões de leitores.


14 - Como você lida com o sucesso?

- Só busca o sucesso quem teme o fracasso.


15 – Qual é o autor contemporâneo que, de fato, você admira? Seja sincero (a). 

- Tenho vários, autores e autoras. Permita-me não declinar nomes, mas confesso que tenho preferido a literatura feita por mulheres ultimamente. 


16 – Espaço aberto para sugestões de perguntas e palavras finais.

- Evoé, poesia, sempre!


Wilson Luques Costa

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