JOCENIR PRADO
Ontem, faleceu o escritor Jocenir Prado, mais conhecido como Jocenir, autor do livro Diário de um detento. Estive com ele na 17 Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Conhecemo-nos na Rua Barão de Itapetininga e fizemos uma amizade de conversas diárias. Ele vinha fazendo muita fama e eu o levei para a Bienal Internacional do Livro, uma porque a sua editora nem lhe comunicou sobre a própria Bienal. Foi um orgulho dividir o espaço da UBE com ele. Foi um sucesso incrível. Eu divulgava o seu livro para os frequentadores. Demos entrevistas para os jornalistas da UMC, aliás a primeira universidade onde me formei. Certa feita, pediu-me, assim como o poeta Vicente Cechelero, para cuidar de seus livros. Disse-lhe que o seu filho poderia fazê-lo melhor que eu. Fiz ele ficar sócio da UBE, uma porque a Scortecci negou a divisão do meu espaço com ele. Na UBE ele foi recebido pelo seu Caio Porfírio que lhe perguntou sobre o livro: "O que você fez, menino?" Pergunta que foi respondida de uma forma ríspida e lacônica: "Leia o livro que o senhor vai saber." Na Bienal ficou surpreso e feliz com a visita de seus amigos. Sobretudo Mano Brown e trupe. Aos poucos fomos perdendo o contato por conta da vida. Tentei um contato pelo Instagram com ele e não recebi o retorno durante dois anos. Na semana passada, alguém de sua família curtiu o meu texto que solicitava uma informação acerca de umas fotos que tiramos na Bienal, inclusive com Mano Brown e outros. Ótimos papos tivemos. Foi um dos raros e grandes colegas que a literatura me deu. Estou no aguardo do livro que ele disse que estava escrevendo: Os homens das calças amarelas. De fato, somos presos e presas do destino. Valeu, Jocenir! Liberdade eterna longe da hipocrisia dos homens! Vai com Deus e com os deuses. O seu livro e a sua música são um testemunho de uma triste época do "nosso" Brasil.
Wilson Luques Costa
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