ALFREDO FRESSIA
Conheci o poeta uruguaio Alfredo Fressia no Restaurante Apfel no Centro de São Paulo.
Por uma casualidade estávamos na fila do restaurante e começamos do nada a conversar.
Sentamos juntos e almoçamos uma comida meio vegana ou vegetariana.
Eu cheguei a frequentar algumas vezes aquele restaurante com alguns colegas da UBE, posto que eu tinha o hábito quase consuetudinário de visitar a UBE enquanto tentava sobreviver com a minha corretora de seguros.
Depois cheguei a encontrá-lo no Mosteiro de São Bento: eu como estudante diletante livre de grego e latim e ele como professor de francês.
No próprio restaurante deixei com dedicatória para ele e aos seus cuidados o meu primeiro livro Contos de Arrabalde que havia publicado há pouco.
Pouco tempo depois recebi pelo correio um cartão postal dele elogiando meus contos.
Lembro que no próprio cartão chegou a fazer um breve comentário elogioso sobre um ou dois contos daquele livro.
Certa feita, encontrei-o na livraria Duas Cidades.
Naquele dia presenciei um papo entre os dois poetas que eu admirava no lançamento de um livro do também poeta Donizete Galvão: Alfredo Fressia e Vicente Cechelero.
Recebi dois ou três livros dele pelo correio, envelopes e livros que guardo até hoje, com dedicatórias.
No Mosteiro de São Bento, só nos víamos rapidamente e quase não conversávamos.
Com o advento das plataformas digitais, tivemos uma amizade pelo Instagram e Facebook.
Ele vivia curtindo as fotos de meus filhos.
Eu cheguei a lhe encaminhar textos diversos que muitas vezes ignorava e nem respondia.
Mas quando postava fotos de meus filhos, era um dos primeiros a curtir.
Nesses dias, senti a sua ausência.
Fui no Instagram e vi que não postava nada há algum tempo.
Então fui pesquisar na Wikipedia e tive agora a triste notícia de sua morte em fevereiro de 2022.
Fiquei muito triste com a sua partida.
Poeta uruguaio que viveu o exílio no Brasil.
Ótimo poeta e ser humano.
Nessa tristeza diante da sua morte, dá gusta de chorar como sugeria um poema seu que eu gosto muito.
Obrigado, poeta, pelo seu carinho e amizade mesmo que distante.
Vou guardar aquele cartão no cofre das minhas belas recordações.
Ter um conto elogiado por um poeta do calibre de Alfrefo Fressia é o que vale a lida dessa vida.
Obrigado, musas, pela companhia e amizade desse grande poeta.
Fica com as musas, poeta.
Saiba que o poeta nunca morre para a poesia.
Nem a poesia para o poeta.
Meus filhos, na certa, um dia ao mexerem em minhas correspondências saberão que o papai conheceu um grande poeta e sempre se lembrarão de você.
Tenha certeza disso, poeta.
Agora, é poesia de alta qualidade lá no céu.
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