MORRE UM RENASCENTISTA BRASILEIRO EM PLENA BARBÁRIE

 Muito triste a morte do poeta, filósofo, ensaísta, letrista e membro da ABL Antonio Cicero. Tive contatos com ele através de e-mails e pelo seu site. Sempre foi muito solícito comigo. Eu num determinado momento de exaltação filosófica e literária encaminhava minhas loucuras para ele. Chegamos a discutir sobre filosofia e ele discordar de mim e eu dele. Mas sempre fui o seu admirador. Publicou um soneto meu em seu site sem eu saber. Soneto esse dedicado ao poeta Vicente Cechelero com quem dividi uma breve amizade e que veio a falecer em 2010. Elogiou os meus estudos filosóficos, sobretudo o Paradoxo do Zero, dizendo ser "intrigante e original". Antonio Cicero era uma espécie de um renascentista em plena barbárie. Dominava a leitura do grego, latim, alemão, francês, inglês. Era leitor de Horácio no original e de tantos outros poetas. Estava com Alzheimer e preferiu a morte assistida numa atitude de muita coragem. Sou leitor de sua poesia, de seus ensaios e ouvinte assíduo de suas canções interpretadas pela sua irmã Marina Lima. Certa feita, o convidei para vir ao CEU QUINTA DO SOL com outros poetas a pedido de um agente cultural. Disse-me que viria. Todavia, não houve o aporte para a sua viagem. E o encontro não aconteceu. Sinto como ter perdido um grande amigo. Nunca o vi pessoalmente. Tenho o seu e-mail elogiando o meu estudo filosófico que me permitiu publicar em meu livro. Na medida do possível, relatarei algumas curiosidades. Vai com os deuses, Antonio Cicero, porque as musas te esperam. Obrigado pela educação e elegância. Foste um renascentista em plena barbárie pós-moderna.

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