O METAFÍSICO ENTRE HIBISCOS, ORQUÍDEAS, TULIPAS E BEGÔNIAS
Texto in progress
Saiu caminhando pelas alamedas.
Ia pensativo e taciturno.
Dobrou à esquerda com aquele pensamento que o perturbava fazia dias.
Ia um tanto inconformado com aquela situação.
Aquela ideia fixou-se em sua mente de uma tal maneira que era impossível dissuadi-lo daquele seu objetivo.
Ia entre tulipas e flores diversas.
Ia observando os girassóis...as orquídeas...
Que orquídeas seriam aquelas?
Havia orquídeas brancas, amarelas, roxas, brancas, verdes...
Ia sentindo as suas fragrâncias...
Ia pensativo e taciturno...
Ia, como dissemos, inconformado com aquela situação...
Beberrões passavam cambaleando ao seu lado.
Mas ia taciturno e reflexivo.
Caminhava absorto em seus pensamentos.
Adolescentes morriam assassinados.
Uma mulher tomada de um surto psicótico esfaqueava uma outra mulher.
O presidente era internado às pressas.
Não ligava para nada daquilo.
Seguia taciturno pelas alamedas com o seu fone de ouvido.
Continuava ainda um pouco inconformado com aquela situação.
Aquele problema o incomodava deveras.
Contornou outra alameda.
Continuou observando os girassóis e as tulipas.
Viu uma orquídea amarela agora com um tom alaranjado.
Perguntou-se mais uma vez: que orquídeas eram aquelas?
Eram umas orquídeas matizadas de roxo?
Ia taciturno com o seu fone de ouvido.
Ia com aquele problema na sua cabeça.
Aquele objetivo...
Que orquídeas seriam aquelas?
Orquídeas brancas, amarelas, roxas...
Apreciava as orquídeas alaranjadas...
Planos de saúde fraudavam e cobravam dívidas dos clientes...
Inimigos brigavam no senado...
Cidadãos eram assassinados sem nenhuma comiseração...
Comerciantes fraudavam os consumidores...
No senado conspiravam contra o presidente enfermo....
Seguia caminhando pelas alamedas...
Ia entre tulipas, flores, orquídeas...
Que orquídeas seriam aquelas?
Ia sentindo as suas fragrâncias...
Beberrões passavam cambaleando ao seu lado.
Cidadãos morriam pelas ruas, morros, favelas...
O presidente piorava...melhorava...convalescia...
Aquele problema em sua mente o incomodava deveras...
Continuava observando os girassóis e as tulipas...
Orquídeas!
Que orquídeas eram aquelas?
Orquídeas brancas, roxas, amarelas...
Apreciava as tulipas holandesas...
O presidente sofria uma trepanação...
Uma médica era assassinada em sua clínica...
Ônibus desgovernado invadia uma casa enquanto os moradores dormiam...
De repente, começou a chover...
Mesmo assim caminhava pelas alamedas enlameadas...
Orquídeas, tulipas, fícus...
Figos caídos e esparramados pelo chão...
Observava outras trepadeiras...
Que orquídeas eram aquelas?
No seu fone, notícias...
Passageira morria em voo...
Vigilante morria com tiro na cabeça durante assalto a caminhão...
As tulipas...
As orquídeas...
Que orquídeas eram aquelas?
Ia pensativo e taciturno...
Ia absorto em seus pensamentos...
Um cacto pelo caminho...
Desviava dos espinhos...
De repente, hibiscos amarelos...
Um vaso de begônias...
O matiz branco das begônias...
Crisântemos amarelos...
Crisântemos brancos...
O branco dos jasmins...
Que orquídeas seriam aquelas?
Ia taciturno e reflexivo...
Era de fato um biltre, calhorda, canalha...
Sua esposa uma velhaco, pulha, tratante...
Sua afetação o incomodava...
Tudo...tudo...
Pensava na formosura das flores...
Do seu encanto...
Graça...
Desde que entrou para a política com votos fraudados, corrompeu-se...
Tornou-se um salafrário...
Um açambacador do erário público...
Desde a infância, já se via a sua desonestidade de ladrão...larápio...
Deixava-se corromper por qualquer ninharia... bagatela...insignificância...
Assim ia pensando sobre aquele calhorda...
Ela, uma enganadora...
Desleal...
Traiçoeira...
Macbeth farsante e astucioso...
Ardilosa e charlatã...
Fora agraciada num conluio jamais visto...
Vendera a alma ao diabo...
A Mefistófeles...
Demagoga de primeira...
Pedante... narcisista...pretensiosa...
Ele, o julgador, um dândi desqualificado...
Janota juvenil...
Em seus conciliábulos, arranjos, cabalas, cambalachos, conchavos, conveniências...
No seu fone, notícias...
Que orquídeas seriam aquelas?
Ia pensativo e absorto...
Não compreendia Hegel...
Fenomenólogos...charlatães...
E aquela tulipa?
Um fenômeno...
O que dizer sobre aquele epifenômeno?
Procurava o epicentro de suas abstrações...
A intuição das essências...
Voltar-se para as coisas...
Por exemplo, aquela tulipa...
Por exemplo, para aquela orquídea...
Como captá-la na sua essência?
A busca pela eudaimonía...
Pelo sentido de tudo aquilo: orquídeas, tulipas, flores, fícus...
Ia pensativo e taciturno...
Meninos imbecis, tolos, tontos, palermas...
Meninos maçantes...impertinentes...
Geração Z...
Bobos da corte...
Geração perdida...hiperconectada com a ignorância...
Meninos iletrados...
Repletos de obscurantismo...
Apedeutas...burros...idiotas...néscios...
Uma geração de néscios desrespeitosos...
Assim ia pensando sobre o que diziam a ele da geração baby boomers quase x...
De repente, hibiscos amarelos....
Novamente, orquídeas brancas, roxas e amarelas...
Assomava-lhe a metafísica...A ontologia...
O lógos originário...
Qual sentido se indagava camihando entre as tulipas...
Um vazio...
Um nada...
Pura repetição anódina...
Algo inane...
Desprovido de qualquer conteúdo...
Vazio...oco...frio...frívolo...fútil...inútil..
Todos os adjetivos...
Sem razão...utilidade...sem fundamento...
Paradigmas ocos...
Uma aporia de significados e sentidos...
Ser escravo das vicissitudes...
A busca pela epistemologia dos sentidos...
A busca pelo lógos universal...
Clareira na floresta a desvelar as antinomias dos valores...
O estudo axiológico das antinomias...
Os argumentos falsos...ilógicos...
As dificuldades serenas...
O belo e o divino talvez numa clareira...
Claraboia na craniotomia do cérebro universal...
É necessário dizer algo...
Talvez...
Para tudo e para todos...
Um ser ininteligível e intransponível...
As orquídeas?
As tulipas?
Hibiscos amarelos matizados de branco...
Pura repetição anódina...
Por exemplo...para aquela tulipa?
Procurava o epicentro de suas ações...
Pelo sentido de tudo aquilo...
A metafísica...
Que sentido indagava caminhando entre as tulipas?
Vendera a alma ao diabo...
Observava os girassóis...
Ia sentindo as suas fragrâncias...
Uma mulher era assassinada a facadas...
Caminhava taciturno com seu fone de ouvido...
Notícias...
Que orquídea seria aquela?
Sem nenhuma comiseração...
Vozes aleatórias em seus ouvidos...
Um carcinoma surge dentro de seu corpo...
Um carcinoma social...
Escutar o inconsciente inaudível...
Escutar o desejo...
Escutar o vazio do desejo...
Escutar a repetição do desejo...
Escutar a falta...O buraco...O vazio...
Spleen...
E você o que faria nessa situação...
Um profundo conhecedor dos sentidos...
Um copista medieval...
Poderia pedir a concessão...
Mas não...
Uma dança heroica...
Mítica...
Mística...
Mitológica pela ascensão...
Inconformado com aquela situação...
Taciturno e reflexivo...
Um roteiro dos objetivos...
Projeto inofensivo...
Criando um roteiro...
Então ficamos assim...
Expressões fáticas...
Organizar os diálogos intermitentes...
Virtudes...
Areté...
Imperativo ser...
Desvelador...
Revelador...
Ilusão metafórica do real...
Evitar os vícios...
Inserção das anatômicas desigualdades dentro do corpus social vigente...
E aquelas orquídeas?
As tulipas evanescentes...
Manutenção do status quo...
Mais um desejo de status equidistante da animalia...
Estagnação dos direitos adquiridos...
Uma questão de tempo...
Uma questão de espaço...
Afirmativas ações...
Social...
Demagogia estanca os fluidos do motor anônimo das ações...
Algo que possa ser inteligível ao menos em meio aos alaridos e entre as algaravias distantes...
Gritos em bemol...
Sustenido de falas desconexas...
Dolce e agitato...
Uma polifonia emerge do salão...
Loucos...
Santos...
A perda da razão...
Desvario e loucura...
Um sotaque estranho...
Estranhíssimo...
Algo meramente acidental...
Arpejos de cordas líricas...
Atonalidade acústica...
Falas barrocas...
Ornamentos exagerados...
Beberrões passavam cambaleando ao seu lado...
Caminhava pelas alamedas sem saber ao certo aonde ir...
Pensativo e taciturno...
Cortou outras alamedas...
Aquelas orquídeas...
A problematização ontológica das orquídeas...
A existêncoa do ser...
Dasein...
A causa e o sentido...
O ser enquanto ser das orquídeas e tulipas...
Tulipas matizadas pelo irreal...
A construção metafórica do irreal...
Ia sem saber ao certo que caminho iria tomar...
Fragrâncias itermitentes...
Aquele problema o incmodava deveras...
Repetição de son iguais...
Cada uma das linhas que compões um poema...
Recursos que geram sentidos...
A voz narra os efeitos...
Revela os sentidos...sentimentos...
Os hibiscos amarelos matizados de branco...
De repente surgem entre os hibiscos e orquídeas os porcos invejosos...
Vinham sujos de sua moral abjeta...
Sim! Porcos sujos e invejosos...
Vinham sujos e enlameados pela invídia e ressentimentos...
Sujavam as alamedas de hibiscos e orquídeas...
Porcos...porcos...porcos...
Suínos que irão em breve ao matadouro da justiça...
Suínos arrogantes...
Suínos doutores da arrogância...
Mestres das falácias e sofismas...
Doutores da decadência suína...
Porcos falsos e sem pudores...
Porcos traiçoeiros...
Entre os hibiscos e orquídeas pérolas...
Porcos que preferm lavagem...
Restos dos restos de comida azeda...
Bunodontes não rumnantes...
Porcos espinhos que adoram banhar-se na lama decrépita...
Porcos da pior espécie...
Porcos...porcos...porcos...
Vara... suinaria...
Entre os hibiscos e orquídeas pérolas...
Segue caminhando agora pelas alamedas repletas de pérolas...
Ouve ao longe um alarido de poesia..
Ouve versos...
Ouve rimas...
Estrofes cruzam o seu caminho...
Caminha liricamente entre os hibiscos e orquídeas...
Que hibiscos eram aqueles...
Que orquídeas eram aquelas...
E aquelas pérolas entre os porcos...
Caminhava refletindo metafisicamente sobre tudo aquilo...
Qual era o sentido ontológico de tudo...
Seguia refletindo...
A vida...
O que é a vida...
O que é a morte...Qual é o sentido de tudo...
Qual é o sentido da vida...
As pérolas jogadas aos porcos...
Porcos enlameados...
Porcos do ressentimento...
Porcos da arrogância...
À frente, lilases e orquídeas...
Entre os hibiscos e orquídeas, pérolas...
Pérolas aos porcos...
Seguia ouvindo as notícias no seu fone de ouvido...
De repente, uma cratera no meio do caminho...
Uma pedra no meio do caminho...
Escutar o vazio do desejo...
A cratera do desejo...
A repetição...
A reiteração dos desejos...
Ia um tanto inconformado com aquela situação...
Ia entre tulipas e flores diversas...
Pensava nas pérolas aos porcos...
Porcos ressentidos...
Porcos sujos...
Porcos imorais...
Outros beberrões passavam cambaleando pelo seu caminho...
Beberrões e porcos e pérolas...
Entre beberrões, porcos e pérolas, ia refletindo sobre a ontologia do ser...
O estudo axiológico das antinomias...
Aquela orquídea...
A construção metafísica do real...
A coisa em si...
Aquele problema o incomodava deveras...
Que orquídea seria aquela...
Febril de pensamentos caminhava entre orquídeas e hibiscos...
Continuou observando os girassóis e as tulipas...
Ia à procura do sujeito cognoscente...
Qual seria o sentido da vida...
As pérolas jogadas aos porcos...
Porcos da arrogância...
Porcos do ressentimento...
Pensava em Aliócha...
Pensava em Raskolhnikov...
Dois antípodas...
Dois segregados da condição humana...
Achava-se bastante reflexivo e metafísico em sua caminhada...
A construção metafórica do real...
O que é a realidade indagava-se...
Qual era o sentido de tudo...
Esperar Godot sentado...
Não...
Caminhava entre orquídeas e hibiscos...
Aquele problema o incomodava deveras...
Era repetitivo em seus pensamentos...
Ia entre tulipas e flores diversas...
Pedras no seu caminho....
Contornava agora à direita...
Escutar o vazio do desejo...
A cratera infinda dos desejos...
O estudo axiológico antinômico...
Destruição nas florestas...
Enxurradas...enchentes...
Fogo...nevasca...
A Califórnia arde em chamas...
O Brasil arde em chamas...
O Brasil naufraga nos rios e mares entorpecidos e sublevados pela maldição dos homens...
Helicópteros sucumbem ao mar...
Florestas incendeiam pelo mundo...
Arsênico e pesticidas no estomago da humanidade...
Maldade perversa construída na mente dos homens...
Assassinatos...
Latrocínios...
Virose corruptiva...
Pandemia avassaladora na mente humana...
Maldade exacerbada na busca do ouro maldito...
Tragédias sucessivas...
Inveja... narcisismo emulador e destruidor...
Velhos morrendo e se conformando...
Um mundo que perdeu a esperança...
Desintegração total da arte...
Elogio ao grotesco...
Elogio à falta de estética...
Queda avassaladora da moralidade reguladora...
Filósofos comparados às bestas que vicejam e medram na subcultura do mundo...
Imaginava-se sentado junto aos livros...
Objeto perfeito...
A estética perfeita criada pelos homens...
Agora em quase extinção...
Era preciso registrar tudo...
Meros detalhes...
Grafias...
Registrar a repetição até a exaustão...
Captar o pensamento e transformá-lo em signo...
Entre orquídeas e hibiscos uma tulipa de tristeza invade o seu ser...
A melancolia das nuvens cinzas...
Céu nublado de angústia e tristeza...
Uma tarde plúmbea de tristeza...
Falta de perspectiva naquele caminhar...
Um caminhar em vão entre hibiscos e tulipas...
De repente, entre as orquídeas um sol amarelo...
Um sol amarelo que aquece a sua alma fria e cinzenta...
Odores...
Fragrâncias intermitentes...
A intuição das essências...
Pensamentos desconexos...
Jardins de tulipas e flores...
Tédio...
Spleen...
Ia pensativo e taciturno...
A repetição...
O desejo incessante das coisas...
Desejo desejando desejo...
Frustração incessante...
A falta constante...
A comparação com o outro em meio a uma estratificação desumana...
A inserção em meio afetos diversos...
Diversas flores...
Tulipas...
Hibiscos...
Begônias...
Fone no ouvido...
Peripatéticos da desilusão...
Busca na escuridão entre begônias, hibiscos, orquídeas, pérolas, porcos, arrogantes, ressentidos...
Viagem às profundezas do inconsciente...
Hiperrealidade...
Surrealismo imaginário...
Duchamp instalando a entropia...
O que é arte?
Questionando os limites dos gêneros e da linguagem...
Buscando romper os limites impostos pela heteronomia estética...
Reduzir os valores propagadores pelos especialistas da estética...
Joyce demarcando e instaurando um novo cenário...
Rompimento do habitual...
Rompimento da normalidade excessiva...
Rompimento da repetição epigonal...
Instauração do espanto estético...
Os hibiscos matizados de branco...
Suínos que em breve irão ao matadouro...
Porcos que preferem lavagem...
Bunodontes não ruminantes...
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