LINALDO GUEDES

A POESIA DE LINALDO GUEDES



Na semana que passou, mais precisamente no dia 10 de janeiro, quarta-feira, eu fui fazer uma visita inesperada na Editora Patuá em busca de livros de poesia, contos e romances.
Sobretudo de poesia e de autores contemporâneos.
Fomos eu, Raquel e nossos dois filhos Vitória e Hector.
Acredito que levar as crianças mesmo que não saibam ainda ler é um ato de batismo.
Fizemos isso com os nossos sobrinhos e agora com os nossos filhos.
Vale ressaltar que o editor Eduardo Lacerda nos recebeu muitíssimo bem.
A princípio, chamamos, chamamos, tocamos a campainha, chamamos novamente e nada de alguém atender.
Sentamos na escadinha e tiramos fotos.
Chamamos novamente e nada.
Não demorou muito para chegar um casal de jovens repórteres que iriam falar com o Eduardo Lacerda.
Perguntei se Eduardo estava.
Imediatamente entraram em contato com Eduardo Lacerda que não tardou em chegar.
Talvez tenha se surpreendido com a nossa presença, pois não comunicamos que iríamos à livraria e editora.
Falei ao Eduardo que queria olhar alguns livros.
Ele nos deixou muito à vontade.
Pude, com muito prazer, não obstante a preocupação com a Trupe da Bagunça, folhear muitos livros.
Por mim, levaria todos; uma porque sou apaixonado por livros e a editora Patuá faz livros com uma estética de alta qualidade.
Mas eu já fui com o propósito de selecionar alguns livros.
Fui atrás dos dois livros do Ademir Assunção PIG BROTHER e Ninguém na Praia Brava que já estou terminando e o de Micheliny Verunschk Aqui, no coração do inferno que só folheei por enquanto e li trechos aleatórios de alguns capítulos.
Eu fiquei em dúvida com outros livros, mas protelei por um interesse momentâneo.
Passando pelas estantes, deparei com o livro do poeta paraibano de Cajazeiras Linaldo Guedes por quem tenho muito respeito e simpatia como amigo de Facebook.
Não o conheço pessoalmente.
Linaldo Guedes, além de poeta, é jornalista também e, além disso, muito agradável e recíproco nas ideias e respeito pela alteridade.
Sendo assim, não deixei de separar o seu livro Metáforas para um duelo no sertão.
Sobre o livro, posso dizer que fiz algumas leituras de seus poemas.
O que noto é que Linaldo Guedes procura universalizar o seu entorno pela poesia.
Fala do pai, de sua mãe, irmãos, das mulheres nordestinas, sobretudo cajazeirenses ou paraibanas, das mulheres que amou ou guardou no seu amor platônico.
Li vários poemas ontem e gostaria de relê-los para um novo estranhamento.
Li depois das duas da manhã, que é o melhor horário, a meu ver, para se ler poesia.
Nesse momento, é que a poesia cala na alma da gente.
Ouço as ruas de Cajazeiras, ouço as vozes de seus parentes, ouço o estribilho recalcitrante de seu pai com o currião enlaçado nos dedos dando as primeiras reprimendas nos filhos.
Ouço o estribilho das rotativas da Paraíba de seu irmão.
Sinto o cheiro do sertão agreste pleonástico.
Vejo o homem solitário "que fumava" "mas não chorava".
Vejo "deci contando o que que não se pode cantar".
Vejo pela sua poesia o meu pai e o meu avô que sorria "à sombra da goiabeira".
Nesses dias, disse-lhe que tinha comprado o seu livro e ele respondeu-me assim: "espero que goste" e como não haveria de gostar.
Aliás, sempre me perseguiu essa frase: se queres te tornar universal, conta do teu quintal" e Linaldo Guedes trouxe o seu quintal para o mundo.
Obrigado pelo prazer da leitura.
Há quem goste de pão; outros há quem goste de chocolate, bolo, sorvetes, há aqueles não gostam de nada nem de poesia e há aqueles que gostam de poesia; esses são raros e poetas também.


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