O TEATRO, JOSÉ CELSO MARTINEZ E OS PALHAÇOS.
Gosto de teatro, mas vou ou fui muito pouco ao teatro. Nas décadas de 80 e 90 eu assisti a peças teatrais de Cacá Rosset, Antunes Filho, Gerald Thomas e tantas outras. Assisti a Hamlet com Vera Fisher. Fui no TBC, no Sesc, Centro Cultural São Paulo, Martins Pena na Penha e tantos outros. Mas nunca assisti a uma peça de Zé Celso Martinez. Zé Celso morreu numa tragédia absolutamente absurda e grega. Hoje, já não vou mais ao teatro. Embora considere o teatro mágico. Eu, muitas vezes, fico me questionando se o que escrevo não está na linha limítrofe entre o monólogo teatral, a crônica, o conto e a poesia. Gosto de ler peças de teatro. Não obstante, julgar muito chato ficar identificando as falas de um e de outro ou lendo as indicações dos modos e dos gestos. Por falar em Zé Celso, considero o Rei da Vela de Oswald de Andrade uma das peças mais engraçadas que li. Ri muito lendo o Rei da Vela. Nesse sentido, perdi a oportunidade de vê-la interpretada por José Celso Martinez no Teatro Oficina. Pensei muitas vezes em ir ao Teatro Oficina, mas a preguiça sempre venceu. Zé Celso era a própria encenação da vida. O teatro para José Celso era a vida mundana. O Oficina talvez fosse o seu momento de descanso. Zé Celso já sabia que para enfrentar essa vida era preciso ser um clown, ator ou palhaço para sobreviver na vida real em meio a tantos palhaços.
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