O POETA

AS POMBAS DO VIADUTO DO CHÁ

Com seu infinito voo
em busca de grãos
ou um nicho de algum prédio
as pombas voam...
Taciturnas, as pombas vêm e vão...
Sobre a minha cabeça as pombas voam...
Sem ao menos nos dar atenção...
voam...

Voam na frialdade
Em solidão....
No firmamento voam...voam...voam...

Qual as pombas
sem rumo ou direção voamos de um telhado
a outro telhado...

Destino cruel que temos herdado
voar... voar...

sem rumo ou direção...
Sem rumo ou direção voar...voar...
Só nos resta voar... voar...!
Voar...!

Até que pendam as

asas ao chão...!