O POETA

Quando jovem, sonhei com o futuro,
Fazia projetos e não ponderava
Que ele logo estaria presente. Eu juro
Que em tudo eu acreditava e não me dava
Por vencido. O presente era árduo, duro,
Mas não atinava que tudo ia, passava,
Como tudo tem ido. Qual escuro,
Qual labirinto por mim não me dava...
Eu só pensava no devir, só em ir
Em frente, sem pensar em me remir.
Ter paz e esperar eram os meus éthos,
Mas não atinava que tudo ia, passava,
Como tudo tem ido. Não me dava,
E, jovem, eu ia fazendo os meus projetos.