Anotações para um ensaio que não fiz

 


Após ler, na parte da manhã, um ensaio inteiro e um outro fragmento de ensaio, veio-me à mente uma vontade de destacar algumas coisas, a saber:


1 - Se podemos dizer algo em poucas palavras, por que então não o dizemos?


2 - O que nos leva a constituir ou construir um texto além de suas possibilidades?


3 - Por que a necessidade dos embricamentos e dos suportes de outros autores e/ou dos rodapés, se o que temos a dizer já se sustenta de per si?


4 - Por que a paucidade da escrita ser menos convincente, sem os seus volteios, do que uma escrita adiposa em referências e citações?


5 - Se o que temos a informar já é o suficiente, por que informarmos além daquilo que queremos informar?


6 - Por que o livro e não outro suporte que não o livro?


7 - Sem percebermos intuímos um caráter mercadológico em nossos escritos?


8 - Nem tudo conjumina: faz-se a lipoaspiração dos corpos, mas não do corpus: para a escrita quer-se um corpus.


9 - Um corpo esbelto numa jovem menina é inversamente proporcional quando se trata da escrita.


10- Abdiquei de fazer um ensaio, por julgar-me coerente com o pensamento que por ora me assoma.

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