Perguntas sem respostas
Um aluno perguntou-me se Nostradamus era filósofo, e eu respondi de pronto que não, sem antes fazer algumas ponderações.
Depois disse-lhe que havia lido o seu livro há mais de vinte anos e que nem sabia muita coisa sobre ele; um outro em seguida perguntou-me sobre Leonardo da Vinci, e eu respondi também que para mim não era filósofo; uma aluna em seguida perguntou-me se Paulo Coelho era filósofo, e eu também respondi que não, e que não conhecia a sua obra -- depois tentei argumentar que existe nos chamados intelectuais uma certa rejeição quanto aos seus livros -- e ela perguntou-me por que motivo havia essa rejeição, e eu ainda tentei ponderar dizendo que a escrita dele talvez não fosse transformadora no sentido de mover as pessoas, mas isso para mim continuava insatisfatório, só sei que a aula terminou e eu não consegui convencê-la de modo satisfatório, muito menos a mim; mas ainda eu tentei uma última saída: disse-lhe que por enquanto Paulo Coelho não estava entre as minhas prioridades de leitura; disse-lhe que preferia Schopenhauer, Cioran, ensaios diversos etc.
Com efeito, fazemos certas escolhas e nem sabemos por quê.
Não lemos e não gostamos.
Mas no mundo, em determinadas épocas de nossas vidas, é preciso fazer escolhas.
Há um momento que já não se pode mais errar.
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