Estou lendo Edmund Husserl, psicologismo, psicologia e fenomenologia de Mario Ariel Gonzáles Porta. É um livro complexo para os não iniciados e para mim também. Todavia, acho muito pós-doutorado para uma temática, a meu ver, pouco relevante. Pretendo escrever um texto sobre o livro. Estou ainda nas especulações. Mas adianto, eu não perderia o meu tempo numa discussão inodora e insossa. Não obstante, cada dissertada engendrar não sei quantos pós-docs na Alemanha, Suíça e similares. Perto do meu PZ, afirmo, é fichinha. Os textos que compõem o livro gravitam em torno das influências sofridas por Husserl, ou, se ele já havia saído de um psicologismo para um antipsicologismo ou vice-versa e trata de filósofos quase que totalmente desconhecidos no Brasil, o que dá, em tese, nas teses, um certo glamour. Porque sempre nos espanta e estupefata o desconhecido; e é por esse atalho que o autor discorre e o livro corre com os coxins de pequenas citações em alemão. Além de tratar de certos conceitos, (a saber, representação, significado etc), sem antes defini-los, também já exigindo uma iniciação ou querendo dizer: isso é só para quem entende de filosofia. E isso já denota a intenção do autor em escrever algo abstruso, supostamente só para os iniciados. E foi esse método que presenciei nas suas aulas. Não conheço Husserl a fundo, mas acho de fato muito arroz para pouco casamento. Há com essas citações o intuito de enobrecer algo que dispensa as pérolas e ametistas. É um circunlóquio que nos leva de nenhum lugar a lugar algum. Não quero dizer com isso que não seja preciso discutir, sobretudo na filosofia, as definições, distinções e fundamentações. Não nego isso. Sei também que na filosofia há uma gama de problemas que precisam ser tratados. E é isso, a meu ver, o que ocorre. Nesse sentido não nego o seu valor. Mas que acho tudo isso mais um mero comentarismo, que entrava uma original criatividade filosófica, também acho. O problema é que isso se instala de uma tal forma nas universidades que acaba minando discussões outras, talvez, até mais contundentes ao fazer filosófico. E é aí que se instalam os chamados grupelhos (satélites) que vão gravitar em torno do rei-sol e contribuir com a sua pensata e blindar tudo que se lhe opõe, tendo como benesse os títulos barônicos de mestres ou doutores (leia-se: vassalos do rei), o que possibilitará um certo tipo de ascensão no mundo acadêmico e não acadêmico. E convenhamos que quanto mais estranho, esotérico e oculto, melhor para a chamada vassalagem que a cada ano mais e mais se renova para a felicidade do rei, e por que não dizer, também dos seus mais que fiéis vassalos.

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