A POESIA
Oh, que grande contradição! Eu agora tento também explicar, mas sem os devidos pro-labores.
Que existe o fazer poético e a poesia, isso não podemos negar; mas para não cairmos no ramerrão da rima, da não prosa, mas prosa; da estruturação das estrofes; das redondilhas maiores ou menores; do endecassílabo ou heróico; do pé quebrado; do verso livre; da assonância etc, porquanto todos de uma maneira ou outra pertencem, por assim dizer, ao fazer poético, sem ficarmos aqui ad infinitum com outras enumerações; poderíamos, à guisa de mais um procedimento, dizer também que a poesia e o poeta, sobretudo a partir da modernidade, procuram instaurar o não limite do fazer poético e, por conseguinte, ampliar o seu escopo.
Na verdade, o poeta é também aquele que amplia os limites da poesia.
Nesse sentido, seria preciso então considerar que o poeta é um tipo de filósofo que dentro de um tipo de linguagem questiona e amplia a possibilidade da expressão poética indo além dos limites instaurados por uma época ou qualquer tipo de manifesto.
E é por isso que muitas vezes não entendemos por que um determinado texto é considerado poesia se não tem nenhum lirismo ou uma fala mais contundente.
Porque, nós os neófitos do fazer poético, aprendemos, sobretudo na escola, que poesia é lirismo, amor, paixão ou raiva, que não deixa também de ser verdade.
Mas para a poesia contemporânea, pode-se dizer que ela percorre uma linha tênue e que sem abandonar os seus apoios clássicos tenta dar um salto experimental além dos limites a ela impostos.
Por isso, um poema de uma interjeição de Francisco Alvim.
Por isso, a audácia dos concretistas e quejandos.
A poesia vai até perto do seu abismo, mas sempre retorna, porque quer ser tão somente poesia e não artes plásticas, filosofia, jornalismo, editoração.
Por isso, vermos num livro de poesia de Arnaldo Antunes algo que nos parece pueril e é mas não feito por um infante poeta.
Por isso vermos, bem ou mal, a descrição de uma cena-fotograma em Bonvicino, porque Regis não é fotógrafo, mas, no caso, poeta.
Por isso vermos uma reflexão de um Ferreira Gullar na sua maturidade poética ou um poema de Drummond que se bem trabalhado poderia bem se tornar um conto, sem lhe exigir antes as adversativas ou outros conectores necessários a uma boa prosódia.
É que a poesia permite a transgressão das regras, das estruturas, das formas, dos conteúdos etc.
E é porque a poesia rompe ou tenta romper os limites da linguagem, que a poesia não vai acabar; porque elaborada na própria linguagem.
A poesia tem o condão de criar e recriar o seu próprio tempo e espaço.
Ou seja, o poeta e a poesia espacializam as formas do mundo.
O poeta anuncia um porvir das novas formas e dos novos conteúdos.
Por isso o poeta ser chamado por Pound de a antena da raça.
Só a um poeta mesmo em meio a tantas antenas desantenadas para nos prenunciar e adejar as asas de um novo mundo.
Quiçá,talvez,do que este,bem melhor.
Oh, que grande contradição! Eu agora tento também explicar, mas sem os devidos pro-labores.
Que existe o fazer poético e a poesia, isso não podemos negar; mas para não cairmos no ramerrão da rima, da não prosa, mas prosa; da estruturação das estrofes; das redondilhas maiores ou menores; do endecassílabo ou heróico; do pé quebrado; do verso livre; da assonância etc, porquanto todos de uma maneira ou outra pertencem, por assim dizer, ao fazer poético, sem ficarmos aqui ad infinitum com outras enumerações; poderíamos, à guisa de mais um procedimento, dizer também que a poesia e o poeta, sobretudo a partir da modernidade, procuram instaurar o não limite do fazer poético e, por conseguinte, ampliar o seu escopo.
Na verdade, o poeta é também aquele que amplia os limites da poesia.
Nesse sentido, seria preciso então considerar que o poeta é um tipo de filósofo que dentro de um tipo de linguagem questiona e amplia a possibilidade da expressão poética indo além dos limites instaurados por uma época ou qualquer tipo de manifesto.
E é por isso que muitas vezes não entendemos por que um determinado texto é considerado poesia se não tem nenhum lirismo ou uma fala mais contundente.
Porque, nós os neófitos do fazer poético, aprendemos, sobretudo na escola, que poesia é lirismo, amor, paixão ou raiva, que não deixa também de ser verdade.
Mas para a poesia contemporânea, pode-se dizer que ela percorre uma linha tênue e que sem abandonar os seus apoios clássicos tenta dar um salto experimental além dos limites a ela impostos.
Por isso, um poema de uma interjeição de Francisco Alvim.
Por isso, a audácia dos concretistas e quejandos.
A poesia vai até perto do seu abismo, mas sempre retorna, porque quer ser tão somente poesia e não artes plásticas, filosofia, jornalismo, editoração.
Por isso, vermos num livro de poesia de Arnaldo Antunes algo que nos parece pueril e é mas não feito por um infante poeta.
Por isso vermos, bem ou mal, a descrição de uma cena-fotograma em Bonvicino, porque Regis não é fotógrafo, mas, no caso, poeta.
Por isso vermos uma reflexão de um Ferreira Gullar na sua maturidade poética ou um poema de Drummond que se bem trabalhado poderia bem se tornar um conto, sem lhe exigir antes as adversativas ou outros conectores necessários a uma boa prosódia.
É que a poesia permite a transgressão das regras, das estruturas, das formas, dos conteúdos etc.
E é porque a poesia rompe ou tenta romper os limites da linguagem, que a poesia não vai acabar; porque elaborada na própria linguagem.
A poesia tem o condão de criar e recriar o seu próprio tempo e espaço.
Ou seja, o poeta e a poesia espacializam as formas do mundo.
O poeta anuncia um porvir das novas formas e dos novos conteúdos.
Por isso o poeta ser chamado por Pound de a antena da raça.
Só a um poeta mesmo em meio a tantas antenas desantenadas para nos prenunciar e adejar as asas de um novo mundo.
Quiçá,talvez,do que este,bem melhor.
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