11/08/2008
MEMÓRIAS DA VILA RÉ
Eu
não gosto muito de cinema.
E
não sei por que motivo.
Ontem
mesmo assisti a um filme bem legal.
Mas
é raro eu postar-me para assistir a um filme.
O
filme tem que ser muito bom ou me agradar com as suas imagens.
De
documentário, eu não perco um se eu tiver oportunidade.
Ontem
mesmo assisti a um filme que mostra uma família negra da Geórgia, cuja mãe é drogada e que as três filhas
lindas são retiradas de um pai que faz as vezes de um mecânico, alías seu sonho
-- e também de motorista de uma advogada que procura um amor esconso e que é
empenhada pelas suas amigas, as quais sempre fracassam em lhe descolar um cara
maneiro -- sendo que o seu amor seria esse mesmo motorista que lhe leva pra lá
e pra cá em suas audiências -- mas como diz uma máxima: ´às vezes não é
possível enxergar o próprio nariz´-- e isso tudo por conta de certos, ainda,
preconceitos profissionais -- já que ela é advogada.
Mas
no fim dá tudo certo.
O
problema é que quando vi, já estava torcendo para a advogada linda ficar com o
pai das três meninas.
Eu
ia falar sobre o cinema Saturno da Vila Granada - que julgávamos pertencer em nossa
memória à Vila Ré e enveredei pelo filme
de ontem.
Mas
a concepção que temos de bairro não seria, a meu ver, a linha limítrofe dos
mapas, mas, sim, a linha que divisamos em nossas vivências.
Há,
por exemplo, tópoi vila reenses que não reconheço em meu habitat.
Por
exemplo: a cisvilaré -- onde se situa a igreja santo antonio, que apesar de minha crisma
ter se dado por lá, já não me é assim tão afeita.
Todavia
o Carvalho Senne, colégio estadual no
qual fiz todos os meus estudos, que fica situado na vila
granada -- já me é caro.
Aliás,
tudo isso parece aquela idéia europeizante de nascer num lugar e estudar no
outro.
Como
poderíámos dizer: nasceu na vila ré, mas
fez todos os seus estudos fora.
Leia-se
para fora: vila granada!
Pessoal,
lamento! Mas acho que o cinema saturno vai ficar para outro dia!
Aliás,
ex-saturno.
Coitado,
perdeu todos os seus aneis e anais e ganhou como contrapartida alguns halos
dessas neorrelogiosidades brejeiras.
Oh,
deuses generosos dos céus e da terra, venham a nós vila reenses, urgentemente, nos salvar.
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