16/07/2008


MEMÓRIAS DA VILA RÉ

 

OS JOGOS DE TÔMBOLA E SETE E MEIO NA CASA DE DONA CIDA

 

Hoje, isso - com o politicamente correto (vixi!) - daria até cadeia, mas uma das minhas maiores alegrias era jogar aos sábados sete e meio ou tômbola na casa da d.Cida.

Era eu, Carlinhos, Cibalena, seu Zé pretinho, João, Betão e o irmão do Betão, Marcos, e outra renca.

Passávamos mais de sete ou oito horas jogando.

É evidente que a gente sempre perdia.

Mas perdia pouco, poque era algo similar a dez centavos hoje.

O sete e meio eu adorava, principalmente quando eu era o caixa e dizia: ´ venha, que eu moro na penha´...

O problema é que a dona Cida, quando estava perdendo, ia lá no seu herbanário e começava a jogar arruda na gente.

E eu adorava e falava: ´vem carta a tanto e tome e tome e tome...´

Mas ela fazia tanto vudu que a gente quando ia ver já estava duro.

Não sobrava nem para as sfihas do China que íamos quase todos os sábados comer também.

Lembro-me que o seu Zé pretinho - aliás figura maravilhosa - dizia: ´peguei uma carta escalafobética e essa ninguém me tira´ - mas na verdade era blefe.

Quando íamos ver, já eram duas ou três horas da manhã.

Isso para mim, porque a dona Carmem gritava lá debaixo: wilsonnnnnnn!

E era chinelada na veia...

Posso falar isso, porque hoje sou especialista pela USP (nossa...!) nessa matéria.

E não recomendo...

Mas o chinelo corria solto.

No outro dia eu ficava sabendo que o jogo estava ainda correndo.

O máximo que fazíamos era fumar um chanceler ou luiz XV.

Eu gostava do luiz XV para impressionar as gatinhas, que vez em quando pingavam na área.

Hoje não vejo mais ninguém, mas tenho uma saudade desses dias de tômbola e sete e meio, quando eu cometia a minha hybris com as arrudas da dona Cida.

Quanto às sfihas do china, vou relatar noutro dia, mas que delícias!

Hummmm!!!!

Comentários

Postagens mais visitadas