Wednesday, November 08, 2006
02/11/2005
A visita de Rosa
Rosa vinha todo sábado, quando o sol ainda
empunhava o seu gesto mais viril.
Eu me perdia junto às formigas e taturanas...
Rosa carregava consigo uma velha sombrinha...
Descia a difícil ladeira...
Lá da esquina ia anunciando a nós a sua chegada...
Antonio detinha o seu passo de marido sempre atrasado...
No primeiro boteco parava e se perdia...
Que a irmã mais velha lá embaixo esperasse...
Na verdade, não tinham muitas afinidades...
A irmã nascera em Córdoba, província distante da Vila Esperança...
Rosa sempre quando chegava dizia:
- Nossa, Mercedes, que belo afilhado que eu tenho...
Eu me entretinha com a terra vermelha...
Escaldava-me sob o sol esturricante...
De repente uma chuva fina surpreendia-nos com a sua torrente...
Em conchas, eu tentava retê-la em minhas frágeis mãos...
Mãos flácidas e lânguidas...
A chuva fina escorria por entre os meus dedos e os meus dedos
choravam de alegria...
Os meninos brincavam de bate-lata...
Mãe-da-rua...
Passa-anel...
Lembra-me que eu perdi um anel naquele dia...
Minha mãe desesperada percebia que eu não havia nascido
para a hermenêutica...
A primavera reluzia...
As flores matizadas enfeitavam todos os meus dias...
Vovó, solerte, acariciava-me com o seu olhar distante...
Eu entendia a sua sagacidade....
Dividir o seu amor com outros seis filhos...
Os meninos brincavam de bate-lata...
Passa-anel...
Lembra-me que perdi um anel naquele dia...
A primavera reluzia...
As flores matizadas enfeitavam todos os meus dias...
Uma chuva fina entre os meus dedos....
Meus dedos choravam de alegria....
Era sábado...
E Rosa sempre vinha nos visitar...
A visita de Rosa
Rosa vinha todo sábado, quando o sol ainda
empunhava o seu gesto mais viril.
Eu me perdia junto às formigas e taturanas...
Rosa carregava consigo uma velha sombrinha...
Descia a difícil ladeira...
Lá da esquina ia anunciando a nós a sua chegada...
Antonio detinha o seu passo de marido sempre atrasado...
No primeiro boteco parava e se perdia...
Que a irmã mais velha lá embaixo esperasse...
Na verdade, não tinham muitas afinidades...
A irmã nascera em Córdoba, província distante da Vila Esperança...
Rosa sempre quando chegava dizia:
- Nossa, Mercedes, que belo afilhado que eu tenho...
Eu me entretinha com a terra vermelha...
Escaldava-me sob o sol esturricante...
De repente uma chuva fina surpreendia-nos com a sua torrente...
Em conchas, eu tentava retê-la em minhas frágeis mãos...
Mãos flácidas e lânguidas...
A chuva fina escorria por entre os meus dedos e os meus dedos
choravam de alegria...
Os meninos brincavam de bate-lata...
Mãe-da-rua...
Passa-anel...
Lembra-me que eu perdi um anel naquele dia...
Minha mãe desesperada percebia que eu não havia nascido
para a hermenêutica...
A primavera reluzia...
As flores matizadas enfeitavam todos os meus dias...
Vovó, solerte, acariciava-me com o seu olhar distante...
Eu entendia a sua sagacidade....
Dividir o seu amor com outros seis filhos...
Os meninos brincavam de bate-lata...
Passa-anel...
Lembra-me que perdi um anel naquele dia...
A primavera reluzia...
As flores matizadas enfeitavam todos os meus dias...
Uma chuva fina entre os meus dedos....
Meus dedos choravam de alegria....
Era sábado...
E Rosa sempre vinha nos visitar...
Comentários
Postar um comentário