05/01/2012 

Tenho passado os dias lendo jornais e lendo capítulos aleatórios de Istambul de Pamuk e retomando os estudos de algumas gramáticas greco-latinas. 


Hoje comprei um livro de crônicas de Otto Lara Resende e o último livro de Giannotti; devo lê-los daqui a pouco. 


Releio sempre também os meus dois livros; mas sempre me causa alguma insatisfação que não é a mesma.


Livros editados jamais deveriam ser relidos pelo autor.


Fiquei em dúvida em levar Hitchens, mas muito caro; preferi um all star que eu estava precisando; mas será o meu próximo livro de cabeceira.


Aqui na zona leste há um sebo que não perde nada para os grandes sebos do centro; aliás eu julgo-o até muito melhor; mas por enquanto não conto, porque deverei buscar mais alguns livros. 


Tenho postado algumas brincadeiras com Hitchens que era um ateu vigoroso como Dawkins; aliás deixei de comprar um Dawkins hoje também; a brincadeira não é contra Hitchens que me parece deveras sagaz e dos que gostarei com certeza; mas é porque não posso perder o efeito dos 140 caracteres do twitter. 


Às vezes brinco com os ateus não porque são ateus ou contra todo tipo de religião; mas é porque julgo-os um tipo de religiosos bastante dogmáticos; e isso para mim se torna até hilário.


Como os que acreditam em Deus esforçam-se com denodo em provar Deus, também os ateístas tentam em vão provar a sua inexistência, sem conseguir, todavia, prová-la pela razão.


Não falo de opiniões, mas argumentos que não são satisfatórios sob o ponto de vista estrito da razão.


Ou seja, o ateu é um tipo de fundamentalista, que não deixa de ser um espírito religioso também.       


Eu, particularmente, não me identifico com muitos que se dizem poetas, filósofos, escritores, conservadores, liberais etc; por exemplo: quando eu era jovem, com os meus vinte e poucos anos eu era um simpatizante da esquerda e detestava a direita; mas quando conheci alguns esquerdistas também me afastei porque os identifiquei com muitos da direita pelo modus operandi;


Ou seja, havia muito mais similaridade entre um esquerdista e um direitista do que um esquerdista com outro esquerdista; e aí eu perguntava: por que eles não estão juntos se pensam da mesma maneira e diferente de mim? 


Hoje em dia também penso que as coisas se dão assim; há pessoas que não são de esquerda e me agradam e pessoas de esquerda outras que me agradam da mesma maneira; entretanto há outros que para mim me são indiferentes.


Por isso penso que a classificação é muito redutora; nunca na verdade gostei dessas classificações superficiais.


Hoje, sou muito mais conservador que outrora, porque não bebo, não fumo, não uso drogas.


A minha visão era de uma lente de binóculos diferentes; antes eu estava na proa do navio observando as vagas por outro ângulo; hoje já vejo as ondas que me passaram e que insistem em me passar; é evidente que podemos sempre reolhar, mas os olhos são outros.


Mesmo quanto aos livros ou aos acontecimentos se dá o mesmo; não temo coisas que eu temia; como temo coisas que não temia; gosto de autores que me eram irrelevantes e nem conhecia; não gosto de autores que antes cultuava e que agora me são irrelevantes também.

Esse é o processo da vida; e por isso a vida é bela com conservadorismo, liberalismo, anarquismo ou não.   

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