23/12/2011
Estudos Neokantianos
Estou a ler Estudos Neokantianos de Mario Ariel Gonzáles Porta. Leio e releio também a todo o momento A filosofia a partir de seus problemas, que é um livro de importância seminal para quem estuda ou pretende estudar filosofia. Para quem pensa que filosofia não serve para nada, eu sugestiono a iniciação com esses dois livros, porque aí o cara vai ter um pouco mais de humildade e correrá atrás das conceituações e de um bom arrazoado de instrumentais. Já deixei notório que tive algumas dificuldades nas aula do Mário no Mestrado em Filosofia da PUC. Talvez pela minha personalidade que é um pouco forte também. Mas não confundo as coisas e nem guardo mágoas. Sei separar o joio do trigo. E tudo que leio, digo ou contraponho, é no escopo de dialogar no plano filosófico. Não levo para a casa as rusgas filosóficas e é isso que todos deveriam fazer. O livro Estudos Kantianos é de difícil leitura. É necessária uma boa iniciação em Kant, porque o livro dialoga com o pensamento de Kant. Portanto, é mister entender Kant para voltar a ele. E o livro a Filosofia a partir de seus probelmas pode nos auxiliar nessa empreitada. Há vário textos. E pode-se iniciar pelo princípio ou pelo fim. Eu faço muitas anotações. Estou namorando o texto e toureando até pegá-lo pelos chifres. Vejo valores e vejo defeitos. Não obstante o texto ter um sabor estritamente filosófico, há alguns vícios na escrita que julgo excessivos, como por exemplo o uso da palavra decisivo: e isso é decisivo (excesso); ou ´A filosofia não é outra coisa que.... A objetividade não é outra coisa que... ou A experiência não é outra coisa que...; citei as frases ao meu bel prazer só para dizer que há um uso excessivo dessas construções no livro...o professor poderia dizer p.e: a filosofia é.... a experiência é....a objetividade é... e esse tipo de escrita que é derivada de sua oralidade é até bonita e surpreendente num primeiro momento mas se desgasta e vai aos pouco perdendo o seu brilho e se tornando um vício, o que torna o que poderia ser mais claro, menos transparente; o que transforma , por vezes, também a sua filosofia um pouco mais nebulosa, fazendo-nos parecer inacessível -- sem desconsiderar o fato de que essa escrita pode esconder ou homiziar ou tornar arcano aquilo que não se poderia mesmo mostrar ou dizer. Porque muitas vezes não temos mesmo muito a dizer, mas dizemô-lo pelo simples fato ou instinto de dizer. O que no caso poderia muito bem caber aquela velha máxima Wittgensteniana.
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