Vem-me sempre à mente uma resposta assaz decisiva proferida por algum filósofo que por ora não me recordo: ´se todas essas justificativas passassem por um crivo racional não teríamos chegado a discursos tão justificadores e contrários´. Disso se denota que tratar de conceitos, notadamente conceitos sem um consenso racional, torna-se deveras dialético -- sem contudo atingir um chamado consenso universal. Mas o fato é que a linguagem além de ser imprescindível ao homem e ao diálogo é por outro lado um pouco permissiva. Não obstante constar nos verbetes de inúmeros dicionários o que vem a ser o conceito ´felicidade´, mesmo assim o tomamos por um viés menos universal do que particular. Mas se de outro modo for e assim quisermos proceder, teremos que nos estribar em conceitos já consagrados por filósofos do naipe de Sócrates, Platão, Aristóteles e tantos outros como o próprio pensador de Königsberg com o seu imperativo categórico. O homem é um ser racional  --ou melhor: um ser linguístico; e além, um ser social -- e por ser um ser social, isso implica em vivências, convivências e conivências, sobretudo se se estiver disposto a conviver sem o  imperativo preciso da razão. Por isso, as oscilações conceituais que mais nos persuadem quando mais se aproximam de nossas veleidades e não tanto de outras tantas que circulam por ali e por aqui. Sendo assim, ser feliz ou ser filósofo, portanto, seria compreender os dois lados da moeda, para não dizermos também os tantos outros que emanam e emanarão enquanto a precisa razão ainda não nos convencer.  Porque felicidade pode vir a ser (gignestai) também um processo, quiçá até filosófico.   

Comentários

Postagens mais visitadas