Três toques na porta. Ela não atendeu. Ficou lívida e calada. Mais três toques na porta. Hesitou diante da maçaneta e procurou perscrutar o além da porta. Tremia dos pés à cabeça. Por duas horas e quarenta e cinco minutos ficou sob alerta. Em pé, estática, não desviava um segundo a sua atenção. Num átimo, tentou revidar os três toques. Fechou os punhos e bateu três vezes. Do outro lado, não obteve resposta. Ficou aguardando por mais duas horas. Imóvel e temerosa, aguardava uma resposta. Resolveu bater novamente na porta. Agora não eram os três toques. Começou a esmurrar a porta. Bateu dez, vinte, trinta vezes. Suas mãos sangravam caudalosamente. Começou a gritar também. Dentro do quarto, movia-se de lá para cá como uma desesperada. Procurou ligar para um alienista, mas o telefone não estava no quarto. Batia desesperadamente na porta, mas do outro lado não havia respostas. Ela que sempre teve resposta para tudo.  
# Com pequenas alterações da primeira publicação.

Comentários

Postagens mais visitadas